Consertando SPEC ~Ten~
14/12/2013às 00:46
Este sou eu brincando de consertar obras alheias. Usando meu gosto como régua. Achando justo usar essas brechas que as obras de arte têm. Bom, vamos lá (COM SPOILERS):
O tema principal do filme é a dualidade pessoas comuns x pessoas com spec.
Se o spec é uma evolução da espécie ou apenas um detalhe genético. E se, assim como os humanos se deram o direito, os possuidores de spec podem moldar o mundo à sua maneira.
O primeiro problema é que esse dilema demora a se apresentar. Para ser mais específico, apenas na conversa que Touma, Sebumi e Nonomura têm no telhado do departamento de polícia, lá para o terceiro ato.
Pra isso ficar mais bem estruturado, faria algumas (várias) alterações...
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Uma opinião sobre Minami Minegishi, AKB48, otakus, namoros e marketing
04/02/2013às 19:56
Não vou explicar o que é o AKB48 nem o caso. Acho que você já deve saber do rolo, nem que seja por cima.
Só vou deixar registrado aqui alguns pensamentos sobre o caso.
Da venda de sonhos
Acho válida a máxima defendida pelas agências. A literatura faz o mesmo. Animes, filmes, séries, doramas, músicas, documentários, reality shows, todos vendem versões de mundo. Recortes de realidade que satisfazem essa ou aquela vontade. Provocam sentimentos, como toda arte deve fazer.
Se as AKBs vendem milhões, quer dizer que elas inspiram milhões. Seja com verdades, seja com realidades distorcidas.
Seus números são inflados pelos fãs radicais? Há sim os casos extremos, mas até que ponto esses casos isolados influenciam na conta final? Estamos falando de milhões de unidades vendidas. Creio ser mais lógico acreditar que elas fazem sucesso.
Existe essa tendência de se generalizar um grupo, seja tomando o grosso como o todo, seja tornando um caso como símbolo desse todo.
E a mídia tem muito a ver com isso, dando destaque para casos isolados, ignorando o contexto, fornecendo bases incompletas para a especulação do público. Vende muito mais dar destaque a um único cara que comprou 5 mil singles para conseguir seu handshake ao invés dos outros 499 que tiveram sorte.
Mas não é só mídia e público que tendem a supervalorizar esses nichos.
Da relação fãs, idols e empresa
As agências preferem ser conservadoras e dar atenção à força desses pequenos grupos. Ainda mais em um país cuja cultura do "não incomodar" e do "cliente sempre tem razão" é predominante.
Mas isso não quer dizer que elas estejam satisfeitas com a situação. Cada graduação gera prejuízos, além de criar tensão entre suas funcionárias. Fora o risco de a atitude reverter em publicidade negativa.
Você nunca viu partir da agência a informação de que uma AKB tinha namorado e que ela seria punida por isso.
Por outro lado, é fato que as polêmicas e punições geram publicidade e fazem rodar os postos mais altos dentro de cada grupo, incentivando a competição e a dedicação de seus membros.
Em outras palavras, meu problema com a discussão toda é que as forças não são relativizadas.
A restrição aos relacionamentos não surgiu como um código moral acordado entre as meninas, nem tampouco como uma demanda clara dos fãs.
Essa regra se concretizou porque as empresas ficaram com medo do estrago que uma parcela descontente poderia fazer.
Para não perder mercado, eles blindaram seu produto – o tal sonho que os idols entregam – exigindo comportamentos pessoais que criam até polêmicas jurídicas.
Veja a atitude da agência do Alan Shirahama, que simplesmente disse deixar livre a vida pessoal de seus contratados.
E a discussão pela internet passa pelos wotas maníacos e pelas meninas que se sujeitam a essas regras quando entram no mundo idol, mas ignora a outra parcela responsável (se não a mais) por essa cultura.
Do jogo
Sinto uma tendência dos artistas japoneses não mentirem. Quando não querem falar, usam eufemismos ou se calam. Ou então admitem e pedem desculpas, ou mandam todos eufemisticamente se f...
Ao contrário daqui do Brasil, quando uma foto íntima cai na web e o photoshop vira o vilão.
No caso da Minegishi, ela poderia ter negado. As fotos deixam margem para dúvida. Não dá para reconhecê-la. Aquela máscara tapa tudo.
Ela também podia ficar quieta. Mas resolveu agir. Não só admitiu, como tomou uma atitude radical.
E aqui vão algumas coisas que cogito.
Ela raspou o cabelo não tanto para mostrar remorso, mas também para constranger os fãs.
Um toque do tipo: "olha o que vocês estão exigindo. Vocês não tem vergonha de submeter alguém a isso?". Tanto que no handshake feito dia 2 de fevereiro, logo após a publicação do vídeo, vários fãs pediram que o conteúdo fosse retirado do canal oficial do AKB48, alegando eu tinham entendido as desculpas da Mii-chan.
E com essa ação, ela conseguiu alcançar a mídia internacional e abrir discussão.
O assunto não é consenso, mas olhando a tradução randômica do 2ch aqui e os relatos sobre os depoimentos a favor da regra da Yuki Kashiwagi e contra da Minami Takahashi no documentário “DOCUMENTARY OF AKB48 NO FLOWER WITHOUT RAIN Shoujo tachi wa Namida no Ato ni Nani wo Miru?”, você vê como o assunto é complexo.
Agora, quando uma agência vai bater no peito e ter coragem de mudar essa cultura, ainda veremos.
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Este e outros casos de punições envolvendo AKBs por causa de relacionamentos.
Minami Minegishi (movida para Kenkyusei)
Yuka Masuda (graduação)
Rino Sashihara (movida para HKT48)
Natsumi Hirajima (graduação)
Rumi Yonezawa (graduação)
Mina Oba (suspensão já removida devido a fotos pré AKB)
Bonus: SKE48's manager vows to kill himself if he ever has relations with one of the girls
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Tradução: Konya wa Boogie Back
16/01/2013às 19:39
Sabia que já tinha me encontrado com ela antes.
Uma lembrança boa. Estava aqui:
A história de um cara que vai numa festa, pizza e breja, encontra essa funky girl, dança, bêbado, insiste insiste e consegue passar a noite com ela.
A música foi lançada em 1994, parceria entre Ozawa Kenji e Scha dara parr. Dali até então, duzentas versões (que viraram singles ou não).
Hikaru Utada (alguém gravou escondido)
Arashi (uma versão do Sho Sakurai)
Hoff Dylan & Naoto Takenaka (esse cara zerou a vida)
Miliyah Kato & Shota Shimizu & Shun ( comédia)
Tokyo No.1 Soul Set & Halcali (parapara feelings)
Kreva (clipe parece bonito)
Chakkamans (versão bem humorada)
Dell Feat. Clock (só achei reprodução de vinil o.O)
The Hello Works (arranjo techno)
Anny's Ltd (não achei =/)
Obs.: Tomei algumas liberdades na tradução para manter a ordem das sentenças e os termos mais ou menos dentro do tempo da música. Já o inglês ficou aleatoriamente >.<
今夜はブギーバック / 小沢健二ft.スチャダラパー
~~~~~歌詞~~~~~
ダンスフロアーに華やかな光
Dance Floor ni hanayaka na hikari
Na pista de dança, uma brilhante luz
僕をそっと包むようなハーモニー
Boku wo sotto tsutsumu you na harmony
Que suave me envolve, essa harmonia
ブギー・バック シェイク・イット・アップ
Boogie Back shake it up
Boogie Back shake it up
神様がくれた
Kami-sama ga kureta
Foi o que deus me deu
甘い甘いミルク&ハニー
Amai amai milk and honey
Doce, doce leite e mel
------
クールな僕は まるでヤング・アメリカン
Kuuru na boku wa maru de young american
Aquele eu bacana, como um jovem americano
そうさ今 君こそがオンリー・ワン
Sousa ima kimi koso ga only one
É isso aí, agora VOCÊ é a única
ブギー・バック シェイク・イット・アップ
Boogie back shake it up
Boogie back shake it up
夜のはじまりは
Yoru no hajimari wa
O começo da noite
溶ろけるようなファンキー・ミュージック
Torokeru you na funky music
Que te derrete, essa funky music
------
僕とベイビー・ブラザー
Boku to baby brother
Eu e meu irmão menor
めかしこんで来たパーティ・タイム
Mekashikonde kita party time
Nos arrumamos e chegou a hora da festa
すぐに目が合えば 君は最高のファンキー・ガール
Sugu ni me ga aeba kimi wa saiko no funky girl
Logo que nossos olhos se encontraram [eu sabia] você era a mais funky girl
誰だってロケットがlockする 特別な唇
Dare datte rocket ga lock suru tokubetsu na kuchibiru
Qualquer um, como um foguete, travaria a mira nesses lábios especiais
ほんのちょっと困ってるジューシー・フルーツ
Hon no chotto komatteru juicy fruit
A única coisa problemática era esse juicy fruit
一言で言えばね
Hitokoto de ieba ne
Em poucas palavras, é o que sei dizer, né
------
1 2 3 を待たずに
Ichi ni san wo matazuni
Sem esperar pelo “Um Dois Três”
16小節の旅のはじまり
Juu roku shousetsu no tabi no hajimari
No compasso 16, o começo da viagem
ブーツでドアをドカーッとけって
Buutsu de doa wo “dokaa”to kette
Botas na porta “dokaa”quando chutava
"ルカーッ"と叫んでドカドカ行って
“Look Out!” to sakende doka doka itte
“Look Out!” a gente não parava de gritar
テーブルのピザ プラスモーチキン
Table no pizza plus more chicken
Na mesa, uma pizza com frango extra
ビールでいっきに流しこみ
Beer de ikki ni nagashikomi
Bebendo cerveja de um gole só
ゲップでみんなにセイ ハロー
Geppu de minna ni say hello
“Gup” e todo mundo dizia “hello”
ON AND ON TO DA BREAK DOWN
ON AND ON TO DA BREAK DOWN
E indo, indo, até o amanhecer
てな具合に ええ行きたいっスね
Te na guai ni ee ikitaiissu ne
Desse jeito, “ee”quero continuar, né
いっスねーっ イェーッ!! なんてねーっ
Issu ne yeah !!! Nante nee
É isso né, yeah!!! Desse jeito, né
よくない コレ? コレ よくない?
Yoku nai kore? Kore yokunai?
Não bom, este aqui? Este aqui, não bom?
よくなく なくなく なくなくない?
Yoku naku naku naku naku naku nai
Bom não não não não não não não
その頃のぼくらと言ったら
Sono goro no bokura to ittara
Sobre a gente, é por aí, se disser alguma coisa
いつもこんな調子だった
Itsumo konna choushi datta
Sempre era nesse ritmo
心のベスト10 第一位は
Kokoro no best 10 dai ichi wa
Entre as 10+ do coração, a primeira
こんな曲だった
Konna kyoku datta
Era essa música
------
ダンスフロアーに華やかな光
Dance Floor ni hanayaka na hikari
Na pista de dança, uma brilhante luz
僕をそっと包むようなハーモニー
Boku wo sotto tsutsumu you na harmony
Que suave me envolve, essa harmonia
ブギー・バック シェイク・イット・アップ
Boogie Back shake it up
Boogie Back shake it up
神様がくれた
Kami-sama ga kureta
Foi o que deus me deu
甘い甘いミルク&ハニー
Amai amai milk and honey
Doce, doce leite e mel
------
KNOCK KNOCK!! WHO IS IT?
KNOCK KNOCK!! WHO IS IT?
KNOCK KNOCK!! Quem é?
オレスチャアニ in the place to be
Ore succha ani in the place to be
Eu, esse cara, no lugar que era pra estar
なんて 具合に ウアーッ ウアーッ
Nante guai ni waa waa
Desse jeito, waa waa
wait wait wait wait ガッデーム
Wait wait wait wait goddamn
Pera pera pera pera goddamn
って俺って何にも言ってねーっ
Tte ore tte nani mo itte nee
Eu digo qualquer coisa né
いや 泣けたっス "えーっ"マジ泣けたっス
Iya naketassu “ee” maji naketassu
Iya, quero chorar “ee?” sério, quero chorar
フリースタイル具合にマジ泣けたっス
Free style guai ni maji naketassu
Com esse jeito free style, sério, quero chorar
STOP CHECK IT OUT YO MAN
STOP CHECK IT OUT YO MAN
Para, vê isso aí cara
キミこそスゲーぜ BOSE MY MAN
Kimi koso sugeeze bose my man
Você embebedou meu chapa pra valer
コレ よくない? よくない コレ?
Kore yokunai? Yokunai kore?
Este aqui, não bom? Não bom, este aqui?
よくなく なくなく なくセイ イェーッ
Yoku naku naku naku naku say yeah
Bom não não não não diz sim
イェーッ AND YOU DON'T STOP
Yeah AND YOU DON’T STOP
“Sim” e você não para
しみたーっ!! シビれた 泣けた ほれた
Shimitaa!! Shibireta naketa horeta
Machucou!! Ficou dormente. Chorei. Me apaixonei.
これだーっ!! これだみんなメモれ
Kore daa!! Kore da minna memore
É isso!! É isso, todo mundo tome nota
コピれーっ MAKE MONEY!!
Kopiree Make Money!!
Copie. Faça dinheiro
その頃もぼくらを支えてたのは
Sono goro mo bokura wo sasaeteta no wa
É por aí também o que segurava a gente
やはり この曲だった
Yahari kono kyoku datta
Com certeza, era essa música
------
ダンスフロアーに華やかな光
Dance Floor ni hanayaka na hikari
Na pista de dança, uma brilhante luz
僕をそっと包むようなハーモニー
Boku wo sotto tsutsumu you na harmony
Que suave me envolve, essa harmonia
ブギー・バック シェイク・イット・アップ
Boogie Back shake it up
Boogie Back shake it up
神様がくれた
Kami-sama ga kureta
Foi o que deus me deu
甘い甘いミルク&ハニー
Amai amai milk and honey
Doce, doce leite e mel
------
クールな僕は まるでヤング・アメリカン
Kuuru na boku wa maru de young american
Aquele eu bacana, como um jovem americano
そうさ今 君こそがオンリー・ワン
Sousa ima kimi koso ga only one
É isso aí, agora VOCÊ é a única
ブギー・バック シェイク・イット・アップ
Boogie back shake it up
Boogie back shake it up
夜のはじまりは
Yoru no hajimari wa
O começo da noite
溶ろけるようなファンキー・ミュージック
Torokeru you na funky music
Que te derrete, essa funky music
------
心変わりの相手は僕に決めなよ
Kokoro gawari no aite wa boku ni kimena yo
O coração indeciso da parceira não me escolhe
ロマンスのビッグ・ヒッター
Romance no big hit
Um grande hit do romance
グレイト・シューター
Great shoot
Uma ótima jogada
踊りつづけるなら
Odori tsudsukeru nara
Enquanto a gente continua a dançar
------
最後にはきっと 僕こそがラブ・マシーン
Saigo ni wa kitto boku koso ga love machine
No fim, claro que eu sou uma love machine
君にずっと捧げるよファンタジー
Kimi ni zutto sasageru yo fantasy
Pra você, sempre darei fantasia
ブギー・バック シェイク・イット・アップ
Boogie Back shake it up
Boogie Back shake it up
神様がくれた
Kami-sama ga kureta
Foi o que deus me deu
甘い甘いミルク&ハニー
Amai amai milk and honey
Doce, doce leite e mel
------
パーティ続き 燃え上がる2人
Party tsudsuki moeagaru futari
A festa continua, e nós dois pegamos fogo
そうさベイビー 今宵のリアリティー
Sousa baby koyoi no reality
É isso aí baby, a realidade desta noite
ブギー・バック シェイク・イット・アップ
Boogie Back shake it up
Boogie Back shake it up
夜のなかばには
Yoru no nakaba ni wa
Ainda a noite está no meio
神様にありがとう
Kami-sama ni arigatou
Deus, obrigado
------
ワイルドな君 うるわしのプッシー・キャット
Wild na kimi uruwashi no pussy cat
Você selvagem, linda gatinha
僕の手に噛みついてオール・ナイト・ロング
Boku no te ni kamitsuite all night long
Continua mordendo minha mão, por toda a noite
ブギー・バック シェイク・イット・アップ
Boogie Back shake it up
Boogie Back shake it up
夜の終わりには
Yoru no owari ni wa
É o fim da noite
2人きりのワンダー・ランド
Futari kiri no wonderland
Só nós dois, nosso wonderland
Tututu…
Tututu…
Tututu…
Bonus
Review: Rurouni Kenshin Movie (Comprovando que mangás tem de ser adaptados por japoneses)
09/01/2013às 06:33
No geral, gostei bastante de como apresentaram a história do Hitokiri, Battousai, Rurouni, Kenshin Himura
O filme une em um só os arcos do falso Battousai, do Jin-E e do Takeda Kanryu. O que se provou uma boa decisão, já que na obra original cada um deles serve para apresentar um lado distinto do universo (premissa, violência e nova era) e assim o filme ganha peso.
O enredo é bem amarrado no geral. O drama é suficientemente encorpado. Mas ambos ganhariam se o foco trabalhado fosse diferente, o que discuto mais abaixo.
Os personagens são carismáticos e tem histórias exploradas em diferentes níveis de qualidade (tendendo positivamente).
Alguns dos pontos fracos deste filme eu relevo na expectativa de prováveis sequências: Se o lado político-social da história fica em segundo plano neste filme, espero que ele seja um dos cernes dramáticos do filme com o Shishio. Se a história da cicatriz do Kenshin foi apresentada de relance – e estragaram o heroísmo do marido da Tomoe – espero que ela seja um dos cernes dramáticos do filme com o Enishi.
Por fim, se de um lado vejo pecados na direção dramática, o mesmo não acontece na direção de ação.
Nota: 8,5/10
A partir daqui exploro o filme em tópicos repletos de SPOILERS!!!!!!!!!!!
Caracterizações
- Ainda quero arranjar uma explicação do por que os japoneses conseguem ter tanto sucesso no que os americanos tem tanta dificuldade. O desafio de transpor para carne e osso os exageros do 2D foi superado com folga.
(dango x bokutou)
Takeru Sato conseguiu achar o ponto certo entre o Kenshin baka e o battousai, tornando os momentos de transição bastante orgânicos. O restante também faz um ótimo trabalho. Emi Takei, tornando a Kaoru mais simpática. Munetaka Aoki, fazendo o Sanosuke arruaceiro na medida certa para gostarmos dele. Taketo Tanaka, sendo uma versão mais infantil e por isso mais real do Yahiko. Yu Aoi (muito irreconhecível pra mim huah), entregando bem os momentos dramáticos da Megumi.
Teruyuki Kagawa consegue transpor toda a loucura do Kanryu, sendo um dos personagens mais mangaísticos do longa, sem que isso seja um defeito. Já Koji Kikkawa (alá o pai do Eita “Sunanare” XD) faz um Jin-E bem distante da obra original, até porque sua constituição física é bem diferente, e acerta ao empregar um tom mais sombrio ao personagem.
****
Gosto também da composição geral dos personagens, por mais que eles, em sua maioria, sejam pouco aprofundados. Não que isso seja muito um defeito agora, já que a história ainda está no arco introdutório.
Mas olha só, a Kaoru e a Megumi são bem trabalhadas mesmo com o pouco tempo que têm. Até o Sanosuke, cujo passado foi ignorado, me pareceu anexado ao grupo de forma orgânica. Gosto de personagens presentes que são descobertos tardiamente.
No entanto, há exceções que prejudicam a intensidade da história (e talvez aqui as críticas sejam à obra original, que ficam mais evidentes em um produto compacto / de releitura):
1- Saitou é apresentado como um cara correto, mas a questão de seu orgulho suprimido a favor do país é pouco acentuada. Poderiam resolver isso ao darem ênfase na rivalidade com o Kenshin e a busca de um último duelo, mas transformaram esse ressentimento em apenas um julgamento moral sobre o não uso da espada para matar.
2- Kanryu é pouco explorado como símbolo da ineficácia do novo sistema, mesmo após toda a luta que se travou para “melhorar o Japão”. Para mim, aquele diálogo com o Saitou sobre provas, mandatos e samurais famintos não foi o suficiente. Queria ver mais de seu lado manipulador sobre uma sociedade facilmente manipulável.
3- Kenshin tem seu instinto sanguinário colocado em segundo plano, como se a decisão de matar ou não fosse sempre racional / moral. Gostaria que esse ponto fosse mais explorado aqui, já que considero esse um dos cernes da relação dele com a Kaoru.
- Li algumas pessoas acharem o Jin-E um tanto descolado da trama, sendo ele ou o Kanryu um excesso. Acredito que isso tem muito a ver com a estrutura em quatro atos comum no cinema japonês. Para quem não está acostumado com os dois clímaces, pode parecer gordura / enrolação.
No entanto, essa luta me incomoda no momento da execução do Jin-E. A resolução do Kenshin em matá-lo surge como uma decisão lógica, justificável, devido às circunstâncias que o próprio vilão impôs.
Ele não demonstra vestígios de um desejo por sangue. Ou um sentimento de derrota frente a um destino inescapável.
Se fosse diferente, o pedido da Kaoru para ele não voltar a ser o Battousai seria mais dramático (até porque a questão do estilo Kamiya Kasshin, da espada que protege a vida, e o gosto do Kenshin pela filosofia foi bem montado). Mas aqui critico o mangá de novo.
Outra pequena crítica vai para a cena da morte do Kiyosato, noivo da Tomoe.
A ambientação de todo aquele flashback foi bela. E ele serviu para pontuar a dor que os assassinatos causam àqueles ao redor. Mas a montagem da cena da morte em si chega a ser irreverente e tira bastante da insinuação heroica do momento: a de que Kiyosato superou suas próprias forças para proteger sua felicidade junto à amada e assim conseguiu ser o único a marcar permanentemente o rosto do Battousai.
E o contexto se perdeu (o noivo, incerto sobre o amor da reticente, mas apaixonada Tomoe, vai para Kyoto a fim de alcançar grandes feitos para impressioná-la).
Talvez essa história devesse ficar para depois, deixando apenas a cena da mulher chorando sobre o corpo do noivo morto.
- É incrível como bons coreógrafos estão se tornando peça comum em obras japonesas. Combinados com atores dedicados que dispensam dublês, o resultado são sequências de botar no chão vários filmes mais pomposos de Hollywood.
Ponto também para a direção, que deixa à mostra os movimentos das espadas, permitindo que entendamos seu fluxo, chegando até a desacelerar cenas para que vejamos manobras mais complexas.
Li pessoas criticando a luta com o assassino mascarado, por ser destoante do resto das batalhas. No entanto, acho que há muito mérito nela, justamente por contrapor o kenjutsu ao advento das armas de fogo, muito mais do que a metralhadora do Kanryu. Além disso, ele dá uma boa noção da maestria com que Kenshin domina o Hiten Mitsurigi Ryuu.
E para ser clichê, elogio também a luta bem humorada entre Sanosuke e Banjin (detalhe que o ator que faz o último, Genki Sudou, é um budista ex-lutador de mma).
(“Sou vegetariano. Coitadinho.”)
Uma observação: Ainda quero ver os filmes quebrarem esse esquema de lutas paralelas, principais x principais, subs x subs, um cai o outro cai, um se levanta o outro também.
Um medo infundado que passou: No momento em que Kenshin derrota Jin-E, fiquei com medo de que iriam banalizar o Amakakeru Ryuu no Hirameki. Mas pesquisei aqui e ele sempre usou a Souryuusen contra o Jin-E.
Um desgosto: A técnica do Saitou virou um salto. Toda aquela explicação pseudotécnica dos estilos desapareceu. E o golpe acaba sendo o único mangaístico do longa (mesmo a técnica paralisante do Jin-E tem uma explicação surreal, mas lógica, para ela). Acho que esse é o ponto final para dizer que o personagem foi o pior adaptado.
(Para o alto e avante)
Um defeito especial: Dá pra ver várias vezes que a espada do Sanosuke é de espuma huah
- Durante a batalha, os lados ficaram um pouco nublados. Quem está do lado do shogunato e quem é imperialista? De que lado Saitou estava? Ok, sei que o Shinsengumi lutava pelo modelo vigente, então ele estava do lado perdedor. Por que ele ainda pôde desafiar o inimigo? Afinal, como inimigos podem estar de pé em campo de batalha enquanto os reformistas declaravam vitória? Batalhas limpas. Entendo, mas me incomoda.
Gosto do olhar de desânimo do Kenshin após o fim do embate. A cena explora melhor sua dor e seus conflitos do que as insinuações futuras envolvendo sua cicatriz.
Gosto também da fala do Saitou sobre viver e morrer pela espada e como isso reflete no final do anime.
E o surgimento do Jin-E é bacana, com a herança da espada. Ele se torna um vilão bem mais encorpado. No entanto, é triste essa lâmina herdada não ser novamente mencionada.
(matta neh)
Review: Corações Sujos (E a realidade superando a ficção)
18/08/2012às 07:03
A história real que inspira o filme é fantástica por si só: Imigrantes japoneses, privados de provas concretas, desacreditam na derrota japonesa que encerrou a Segunda Guerra Mundial e pegam em armas para combater, não os inimigos Aliados, mas os próprios conterrâneos que são considerados traidores por acreditarem na verdade.
E no livro de Fernando Moraes, a caça a esses “corações sujos” é ilustrada em episódios envolvendo katanas, harakiri, mantras budistas anunciando condenações e judocas espancando ruas inteiras.
O diretor Vicente Amorim, no entanto, escolhe uma abordagem mais subjetiva e foca a narrativa em um personagem (real em nome, fictício em essência???) apenas, o fotógrafo Takahashi.
Pacato, ele vive de sua profissão em uma São Paulo de interior, mas sem nunca se sentir em casa, mantendo em si o orgulho de sua pátria, como quando tira fotos de brasileiros com temas tropicais, mas quando fazendo questão de manter ao fundo o monte Fuji quando o cliente é japonês.
E seguimos sua jornada, de simples profissional, amigo da pequena xxx, para um assassino atormentado pelo conflito entre missão e consequências.
Uma escolha artística defensável. Mas há três pontos nela que questiono:
1- Somos privados de todo aquele cenário fantástico que sabíamos existir. E algo que poderia ser épico, tem um potencial desperdiçado e sabemos que não haverá oportunidade iminente de revisitarmos esse universo nesse emaranhado que é a produção cinematográfica nacional.
2- Os outros personagens propostos no filme, interessantes, também são pouco explorados dramaticamente.
3- O herói é posto como herói. Com direito a toda jornada até a redenção. Ele é o único simpático. Ele tem uma amiga criança. Ele é o único que sente culpa. Ele é manipulado por colegas insensíveis e superiores vilanescos com más intenções.
Sem compromisso com o factual ou com a complexidade, o diretor então se sente livre para narrar essa queda psicológica do protagonista (e, em parte, de sua esposa). Para isso, usa sequências subjetivas (Takahashi caminhando nos campos de algodão, sua esposa sendo corroída pela dor da culpa junto ao galinheiro) e planos belíssimos (os sete andando em direção à delegacia, o contador morto em um bolo de algodão com o sangue formando a bandeira japonesa). Mas, se por um lado as sequências são esteticamente admiráveis, por outro elas não funcionam como elementos narrativos que mostrem conteúdo para a trama. A mesma lógica vale para a trilha sonora, que pontua os momentos chave, mas não cria uma identidade.
Nota: 7/10
Um dos trailers
E o site, que tá bem bonito =)http://www.coracoessujos.com.br/